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Painéis de Carybé que decoram a Sefaz-sede completam 40 anos
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Há 40 anos os fazendários têm o privilégio de abrigar uma obra de arte inestimável do argentino mais baiano de que se tem notícia. Painéis de Carybé decoram a recepção da Sefaz-sede desde 1974. Feita em madeira com incrustações, a obra é dividida em três painéis: o primeiro, chamado Bahia, localizado no centro, mede 2,5 x 4,5 metros; o segundo, exposto na lateral esquerda - no sentido de quem entra no prédio, foi intitulado Mineração e mede 2,6 x 6 metros e o terceiro, Agricultura, está posicionado na lateral direita e mede 2,5 x 6 metros.
Segundo Solange Bernabó, filha de Carybé, os painéis Agricultura e Mineração retratam as atividades que impulsionavam a economia baiana na época. O Mineração demonstra o trabalho realizado pelos mineiros e as incrustações de pedras completam a beleza da obra. Já o painel Agricultura mostra o trabalho de agricultores no cultivo da cana de açúcar, mulheres manuseando o cacau - importante principalmente na economia do sul da Bahia - e o auxílio de animais como bois e cavalos na atividade agrícola.
Solange explica, ainda, que o painel Bahia simboliza a formação étnica e religiosa do Estado. "O painel Bahia retrata as diferentes raças e religiões que formaram nosso Estado. Índios, negros e portugueses trazem a diversidade étnica. Orixás e a imagem de Nossa Senhora representam o sincretismo religioso baiano", salienta.
Além dos três painéis expostos na Sefaz, o Centro Administrativo da Bahia conta também com outra obra de Carybé. Um painel em concreto, medindo 11x16 metros, decora a fachada da Assembleia Legislativa. A obra, intitulada "O primeiro governo da Bahia", é de 1973.
Sobre o autor
Hector Julio Páride Bernabó (1911-1997), mais conhecido como Carybé, foi um importante artista plástico (pintor, desenhista, gravador, muralista), reconhecido por obras que valorizavam a cultura afrobrasileira e as belezas naturais e arquitetônicas da Bahia. Nascido na cidade de Lanús, Argentina, em 1949, Carybé mudou-se para a Bahia, onde naturalizou-se brasileiro e viveu até o fim de sua vida.
Entre suas obras mais importantes, figuram o conjunto de painéis “Os povos afros”, “Os Ibéricos” e “Libertadores” de 1988, que fazem parte da decoração do mural do Memorial da América Latina, em São Paulo; os murais que fez para o Aeroporto Internacional de Miami, e os gradis do Museu de Arte Moderna (MAM) e do Campo Grande, em Salvador. O artista também foi o responsável pelas ilustrações de livros do escritor Jorge Amado, do livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez, e Macunaíma, de Mário de Andrade.
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