Diabetes: conheça os sintomas e saiba como se prevenir
Diabetes ou hiperglicemia é uma doença crônica que já atinge 7,4 % da população brasileira. Conheça os diferentes tipos da doença, seus sintomas, diagnóstico e prevenção, de acordo com a orientação da Sociedade Brasileira de Diabetes.
O que é diabetes?
Diabetes é a elevação da glicose no sangue, por isso é também conhecida como hiperglicemia. Os alimentos sofrem digestão no intestino e se transformam em açúcar, ou glicose. Absorvida pelo sangue, a glicose é usada pelos tecidos como fonte de energia. A utilização da glicose depende da presença de insulina, uma substancia produzida nas células do pâncreas. Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo, ela se eleva no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.
Quais são os tipos de diabetes existentes?
• Diabetes tipo 1 – É também conhecido como diabetes insulinodependente, diabetes infanto-juvenil e diabetes imunomediado. Neste tipo de diabetes a produção de insulina do pâncreas é insuficiente pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1, embora ocorra em qualquer idade, é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens.
• Diabetes tipo 2 – É também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade, embora na atualidade se observe com maior frequencia em jovens , em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina, porém, sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de hiperglicemia. Por ser pouco sintomática, a presença do diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro.
Quais os sintomas do diabetes?
Aproximadamente metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua condição, uma vez que a doença é pouco sintomática. O diagnostico precoce do diabetes é importante, pois o tratamento evita complicações. Quando presentes, os sintomas mais comuns são:
• Urinar excessivamente, inclusive acordar várias vezes à noite para urinar.
• Sede excessiva.
• Aumento do apetite
• Perda de peso – em obesos, a perda de peso ocorre mesmo quando a pessoa se alimenta de maneira excessiva
• Cansaço
• Vista embaçada ou turvação visual
• Infecções frequentes, das quais as mais comuns são as de pele.
No diabetes tipo 2, estes sintomas, quando presentes, se instalam de maneira gradativa e muitas vezes podem não ser percebidos pelas pessoas. Já no diabetes tipo 1, os sintomas se instalam rapidamente, em especial a excessiva freqüência na vontade de urinar, a sede excessiva e o emagrecimento. Quando o diagnostico não é feito nos primeiros sintomas, os portadores de diabetes tipo 1 podem até entrar em coma e perder a consciência, uma situação grave que configura emergência.
Quaisquer que sejam os sintomas, um médico deve ser procurado imediatamente para realização de exames que esclarecerão o diagnóstico.
Como diagnosticar a doença?
Um simples exame de sangue pode revelar se você é portador do diabetes. O exame mais comum é feito com uma gota de sangue e não demora mais que 3 minutos para dar o resultado. Mas esse não é um resultado concreto. Caso seja notado um aumento considerável da taxa glicêmica, deve-se realizar um exame mais profundo.
Para ter certeza do resultado e assim começar o tratamento, o médico deve solicitar o teste oral de tolerância à glicose, mais conhecido como Curva Glicêmica. O exame é feito em diversas etapas, em que são coletas amostras de sangue em um período determinado. Geralmente esse sangue é coletado de 30 em 30 minutos e, nos intervalos, o paciente deve ingerir um xarope de glicose. Os resultados são dispostos em um gráfico.
O que fazer para se prevenir contra o diabetes?
• Adotar uma alimentação saudável e equilibrada
• Praticar exercícios físicos regularmente
• Evitar situações de estresse
Por que muitas grávidas adquirem diabetes durante e após a gestação?
Durante a gravidez ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento do bebê. A placenta é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas materno, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro de resistência à sua ação. Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre, e elas desenvolvem quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intra-uterino, há maior risco de crescimento fetal excessivo (macrossomia fetal) e, conseqüentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.
O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher?
Sim. Além disso, no diabetes gestacional não é comum a presença de sintomas. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana (início do 6º mês de gravidez) como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a glicemia após estímulo da ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância a glicose. O diagnóstico é feito caso a glicose no sangue venha com valores iguais ou maiores a 92 mg/dl no jejum ou 180 mg/dl e 153 mg/dl respectivamente 1 hora e 2 horas após a ingestão do açúcar.
Algumas mulheres têm maior risco de desenvolver a doença e devem estar mais atentas. São considerados fatores de risco para o diabetes gestacional:
• Idade materna mais avançada
• Ganho de peso excessivo durante a gestação
• Sobrepeso ou obesidade
• Síndrome dos ovários policísticos
• História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional
• História familiar de diabetes em parentes de 1º grau, história de diabetes gestacional na mãe da gestante
• Hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla (gravidez de gêmeos)
O controle do diabetes gestacional é feito na maioria das vezes através de uma orientação nutricional adequada. A gestante precisa ajustar para cada período da gravidez as quantidades de nutrientes. A prática de atividade física é uma medida de grande eficácia para redução dos níveis glicêmicos. A atividade deve ser feita somente depois de se avaliar se existe alguma contraindicação, como, por exemplo, risco de trabalho de parto prematuro.
O aleitamento materno pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes permanente após o parto. O desenvolvimento de diabetes tipo 2 após o parto frequentemente é prevenido com a manutenção de uma alimentação balanceada e com a prática regular de atividades físicas.
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