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A tradição na capoeira de Lenivaldo Dórea, o mestre Atabaque
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A vontade de aprender métodos de defesa pessoal levou o técnico administrativo Lenivaldo Dórea, motorista da Sefaz-sede, a iniciar-se na capoeira aos 23 anos de idade, quando encontrou nesse esporte a disciplina e o equilíbrio. Antes, porém, passou por outras lutas, como o taekwondo e o boxe, mas foi na capoeira que identificou sua verdadeira vocação.
"Sempre me encantei com a capoeira, seus movimentos e floreios que se misturam com a força e a agilidade dos golpes. Antes de começar a lutar eu costumava brigar por qualquer coisa. A luta me trouxe disciplina, uma filosofia de vida e, hoje, dificilmente algo me tira do sério", comenta.
Com trinta anos de experiência, o mestre Atabaque, como é conhecido entre os capoeiristas, lembra com carinho da rua das Laranjeiras, no Pelourinho, local onde funcionava o Centro de Cultura Física Regional, atual Associação de Capoeira Mestre Bimba, onde teve o primeiro contato com a luta. O apelido, que é comum entre os praticantes, foi recebido por causa de sua musicalidade e por nunca se separar do atabaque, instrumento de percussão utilizado nas rodas de capoeira.
"Gostava muito de samba, de tocar timbal, congas e atabaque. O espaço onde jogávamos era pequeno e durante as rodas de capoeira só podiam permanecer aqueles que realmente estivessem preparados para participar. Para não ficar de fora, sempre tocava o atabaque e não deixava ninguém mais tocá-lo. Por isso, ganhei o apelido de mestre Atabaque", relembra.
Sua dedicação o levou à graduação de aluno formado com sete anos de prática, título que na capoeira equivale a uma faixa preta, como ocorre em algumas artes marciais. Após 27 anos lutando, recebeu das mãos do mestre Manoel de Bimba o título de mestre capoeirista.
Além de exercer sua função como técnico administrativo, Lenivaldo trouxe sua experiência para a Sefaz, ensinando a arte da capoeira para os fazendários no Núcleo de Desenvolvimento do ser Humano durante cinco anos e se apresentando nos eventos da Secretaria. Atualmente, as aulas não ocorrem mais na Sefaz, mas Lenivaldo mantém um grupo de capoeira no bairro de Paripe, onde mora.
Centro Jalará
A Associação Cultural de Capoeira Jalará, mantida por Lenivaldo desde 2000, atende a cerca de 80 alunos e funciona em um espaço construído em cima de sua residência, no bairro de Paripe. No centro, além de aulas de capoeira, também são oferecidas atividades como samba de roda, dança afro, maculelê e capoeira show (modalidade voltada para apresentações artísticas, sem luta de contato). O grupo possui uma página no Facebook, onde é possível conhecer um pouco mais sobre o trabalho realizado por Lenivaldo e seus alunos: https://www.facebook.com/pages/Capoeira-Jalar%C3%A1/388680711258185?fref=ts.
"Desde que recebi o título de aluno formado, sempre dei aulas. A capoeira me deu tudo. Ela tem o poder de transformar, nos ensina uma forte noção de disciplina, de responsabilidade, de direção a tomar na vida. A capoeira me ensinou a entrar e sair de qualquer lugar, me ensinou a me defender e, principalmente, a não brigar por qualquer motivo. Através da arte marcial, recebi um norte tanto para minha vida pessoal, quanto para a profissional. São esses valores que buscamos transmitir para os alunos do projeto", explica.
Trajetória na Sefaz
O técnico administrativo Lenivaldo Araújo Dórea ingressou na Sefaz em 1982, atuando na Gerência de Arrecadação de ICMS (Gearc). Atuou, também, na antiga Inspetoria de Pirajá e no Núcleo de Desenvolvimento do Ser Humano. Como motorista, exerce seu trabalho na DAT-Metro e no Consef. Atualmente está na Sefaz-sede.
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