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Juray de Castro, da UCS/Cplan, retrata “Nego Fugido”
Fotos
Os fazendários terão a oportunidade de prestigiar o colega Juray de Castro, lotado na UCS/Cplan, pela exposição fotográfica “Nego Fugido: o eco ancestral dos quilombolas do Acupe”. A obra, aberta ao público das 8h às 21h, acontece no foyer da Biblioteca Pública do Estado (Barris) até 30 de junho.
As imagens retratam a apresentação teatral de rua que acontece no distrito de Acupe, em Santo Amaro, lembrando a luta dos escravos pela libertação. O espetáculo reúne personagens compostos por pessoas comuns da comunidade, como pescadores, marisqueiras, comerciantes e donas de casa. A apresentação acontece nas ruas de Acupe, e curiosamente lembra a uma ópera a céu aberto, distribuída em quatro atos, sendo contada ao longo dos domingos do mês de julho.
As fotografias de Juray de Castro são impactantes por captar a explosão de sentimentos ancestrais, retratados pelo corpo pintado com mistura de óleo de cozinha e carvão moído e bocas tingidas de vermelho simulando o sangue e a dor dos escravos perseguidos e massacrados, pela aterrorizante figura dos ‘capitães do mato’. “A obra possui fotografias em preto e branco e coloridas, essas últimas para mostrar um dos elementos mais fortes e marcantes da apresentação: a caracterização dos negros fugidos”, afirmou o fotógrafo.
Juray conta que acompanha as apresentações culturais do recôncavo baiano com o propósito de resgatar, através da imagem, a compreensão desse universo de manifestações. “A mostra fotográfica das manifestações do "Nego Fugido" tem o propósito de resgatar a importância da manifestação cultural como um eco ancestral, que ainda hoje ressoa na voz dos excluídos, nesse caso, os trabalhadores humildes de Acupe que participam da peça”, disse. “Essas pessoas reencarnam uma situação concreta que é a fuga dos escravos capturados pelos algozes para serem devolvidos aos seus senhores escravagistas, que ignoravam o direito à liberdade até mesmo após a aprovação da lei áurea, completou Juray.
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