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“Envelhecer sem ficar velho” é tema de palestra na Sefaz em novembro
O brasileiro está vivendo mais. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, divulgada no mesmo ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contou 26,1 milhões de idosos no país, equivalente a 13% da população. No entanto, viver mais não significa mais qualidade de vida. O que fazer, então, para envelhecer com saúde? Para conversar sobre esse assunto, o NDSH convidou o neurologista Erico Carvalho para apresentar a palestra “Envelhecer sem ficar velho”, que acontecerá nos dias 4 e 5 de novembro, às 15h30, nos auditórios do prédio-sede da Sefaz e da DAT-Metro, respectivamente.
Serão abordados, na ocasião, os grandes pilares desencadeadores das enfermidades nos nossos dias, como desequilíbrio hormonal, malefícios inerentes do estresse crônico, problemas advindos da oxidação sanguínea, a necessidade de normalização do sono e do reparo no funcionamento intestinal.
Segundo o palestrante, a manutenção da vida e da saúde requer uma combinação adequada de oxigênio, água, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais. O jeito que a pessoa dorme, sua alimentação, a prática de atividades físicas e o gerenciamento do estresse são alguns dos fatores que podem fazer a diferença nesse processo natural da vida.
Confira abaixo a entrevista com o neurologista Erico Carvalho.
Como é “envelhecer sem ficar velho”?
Existe uma diferença entre idade cronológica – aquela que está em nosso documento de identificação – e a idade biológica, que é exatamente aquela que se refere ao funcionamento do nosso organismo. Sabe-se, por exemplo, que o processo de produção de hormônios no organismo começa a cair entre os 25 e os 30 anos. Por isso, o recomendado é a realização de avaliações periódicas dos níveis hormonais já a partir dessa idade. Os hormônios são responsáveis por regular o crescimento, o metabolismo e o desenvolvimento do organismo, além de controlar as funções de muitos tecidos e atuar nas funções reprodutivas. A queda da produção hormonal resulta em fenômenos degenerativos ao longo do envelhecimento. A modulação hormonal tem esse objetivo de permitir a continuidade dos processos de reparação e restauração celular. Como a melhor curva hormonal é aquela comparável a de adultos jovens e saudáveis (próximo dos 25 a 30 anos), para obter a resposta metabólica buscamos resgatar níveis hormonais compatíveis com a produzida nessa faixa etária, além de realizar as devidas e necessárias correções metabólico-nutricionais inerentes à individualidade de cada caso.
O que fazer para chegar bem à terceira idade?
Eu diria que o primeiro passo é entender que saúde não é ausência de doença, mas a prevenção é o melhor investimento que podemos fazer. Corrigir e otimizar as pausas hormonais, os desequilíbrios metabólico-nutricionais, a qualidade do sono, o bom funcionamento do intestino, o exercício físico regular e o melhor gerenciamento dos níveis de estresse nos conduzirão para uma velhice com mais "juventude".
Quais são as principais doenças que atingem pessoas mais velhas (com mais de 60 anos)?
Está claro para a medicina que ao longo dos anos há uma acentuada mudança nos padrões hormonais. Isso ocorre tanto com os hormônios sexuais (os femininos estrógeno e progesterona e o masculino testosterona) quanto com outros hormônios. O desequilíbrio nesse sistema fundamental para o bom funcionamento do corpo resulta no aparecimento de vários sintomas. Pode haver mais cansaço, perda de força muscular ou outros desconfortos mais característicos do avanço da idade, além de deixar o indivíduo mais vulnerável a doenças associadas ao envelhecimento como a osteoporose, as artropatias degenerativas, a doença de Parkinson, a obesidade e/ou mudança na distribuição da composição corporal, as demências, os acidentes vasculares cerebrais, etc.
Quando devemos começar a nos preocupar mais com doenças que costumam se manifestar em idosos?
Como já disse, ausência de doença não é necessariamente sinal de saúde plena. Portanto, costumo dizer que a medicina preventiva otimizada deveria se iniciar na concepção através da otimização na suplementação da gestante, o que acarretará num período gestacional mais saudável, diminuirá o risco de intercorrências gestacionais e afetará as gerações sucessivas do bebê, influenciando já em algumas doenças que possivelmente ele poderia desenvolver na idade adulta.
Que hábitos/práticas são recomendáveis para manter a saúde estável?
Eu diria que dormir bem (um sono reparador), uma hidratação otimizada com uma água de ótima qualidade (alcalina), a prática de atividade física regular, uma alimentação equilibrada, otimizada e individualizada, e a correção, conforme cada caso, das pausas e deficiências hormonais que invariavelmente ocorrem com todos nós a partir dos 30 anos de idade.
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