Ingerir bastante líquido diminui o risco de cálculo renal
As temperaturas elevadas durante o verão exigem cuidado redobrado para mantermos o corpo hidratado. Neste caso, beber muito líquido é fundamental para repor o que perdemos através da transpiração e evitar doenças causadas pela falta de água no organismo. O cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins, é uma doença que tem sua incidência aumentada no verão por conta da grande perda de líquido que ocorre na estação. Saiba quais sãos os sintomas desta doença, como se prevenir e qual o tratamento adequado.
O que é cálculo renal
Cálculos renais são formações endurecidas em qualquer ponto do aparelho urinário (rins, ureteres, bexiga urinária e uretra), resultantes do acúmulo de cristais existentes na urina. Ele pode ser causado por volume insuficiente de urina, ou urina supersaturada de sais; grande quantidade de substâncias como cálcio, fosfatos, oxalatos, cistina, ou falta de citrato; distúrbios metabólicos do ácido úrico ou da glândula paratireoide (glândula endócrina que se situa posteriormente à glândula tiróide); alterações anatômicas e obstrução das vias urinárias. Em mais de 50% dos casos, as pedras são formadas por oxalato de cálcio.
Como se prevenir
Beba muita água regularmente, de dois a três litros por dia. Essa é a medida mais importante para prevenir cálculos renais.
Sintomas
Sua presença pode não apresentar sintomas, mas pode também provocar dor muito forte que começa nas costas e se irradia para o abdômen em direção à região pélvica, à medida que o cálculo progride pelas vias urinárias. A dor causada pelo cálculo renal se manifesta em cólicas, isto é, com um pico de dor intensa seguido de certo alívio. Em geral, essas crises podem ser acompanhadas por náuseas e vômitos, febre, dor para urinar, sangue na urina e requerem atendimento médico.
A dor forte aparece por causa da obstrução na via urinária, provocada quando a "pedra" cai na pelve renal e vai para o ureter, pois ela bloqueia a passagem da urina e o rim dilata. À medida que o cálculo migra, ou seja, desce pelo ureter, as cólicas se intensificam, mas acalmam se a progressão for interrompida por alguns minutos, voltando a doer quando ele se movimenta de novo.
Diagnóstico
Além das evidências clínicas (dor intensa e sinais de sangue na urina), os cálculos renais podem ser diagnosticados por raios X de abdômen, ultrassom ou pela urografia excretora, um exame mais específico das vias urinárias.
É relativamente fácil fazer o diagnóstico da cólica renal clássica por causa da intensidade da dor. Entretanto, alguns indivíduos têm cálculo renal sem dor ou com dor leve, o que é muito perigoso. Há descrição de casos em que a pedra foi para o ureter, provocou um pouco de dor, que desapareceu depois de algum tempo, apesar de ela não ter sido eliminada. Isso pode causar a obstrução das vias urinárias, colocando em risco o rim do paciente.
Quando o diagnóstico de cálculo renal é feito, recomenda-se uma avaliação metabólica, pois os tratamentos podem ser diferentes de acordo com o tipo de cálculo apresentado.
Recomendações
• Utilize um filtro de papel quando houver a possibilidade de estar eliminando um cálculo. A análise de sua composição pode orientar o médico na escolha do tratamento mais adequado;
• Controle a ingestão de alimentos ricos em proteínas e cálcio, se os cálculos forem formados por excesso de ácido úrico ou cálcio;
Fatores que aumentam o risco
Não há uma faixa de idade em que os cálculos sejam prevalentes, mas a incidência vai aumentando à medida que as pessoas envelhecem. A vitamina C, que muitas pessoas tomam regularmente porque acham que é bom para a saúde, em altas doses, estimula a excreção de oxalato que pode provocar aumento na frequência dos cálculos. Por isso, quem tem propensão para formar pedras nos rins deve evitar automedicação com vitamina C.
Os refrigerantes ricos em fosfato e o suco de tomate tomados todos os dias favorecem a formação de cálculos. Indivíduos com dieta rica em cálcio têm menor probabilidade de desenvolver cálculos renais. Já aqueles com dieta normal, mas que tomam comprimidos de cálcio por algum motivo, aumentam esse risco.
Tratamento
Durante as crises, deve ser evitada a ingestão exagerada de líquidos. Líquido em excesso pode aumentar a pressão da urina no rim e, consequentemente, aumentar as dores. Os tratamentos podem ser de vários tipos:
Medicamentoso - Medicamentos podem ser indicados apenas pelo médico, levando em conta a causa da formação dos cálculos. Durante as crises, é indicado o uso de analgésicos e anti-inflamatórios potentes para aliviar a dor.
Litotripsia - Indicada para cálculos maiores, que não são conseguem ser expelidos pela urina, a litotripsia consiste em ondas de choque direcionadas para o local onde está o cálculo. Elas quebram, explodem a pedra e os fragmentos são eliminados com mais facilidade.
Cirurgia endoscópica: por meio do endoscópio e através de pequenos orifícios, o cálculo pode ser retirado dos rins após sua fragmentação.
Cirurgia percutânea: Às vezes, é necessário um pequeno procedimento cirúrgico percutâneo para alcançar o cálculo e retirá-lo.
Ureteroscopia: Permite retirar os cálculos localizados no ureter por via endoscópica.
*Com informações do site Dráuzio Varella (http://drauziovarella.com.br/)
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