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Especialista alerta para cuidados que devem ser adotados após a vacina
A cada dia, mais baianos estão sendo vacinados. Até o momento, cerca de 1,6 milhão de pessoas já tomaram duas doses da vacina em todo o estado. Ainda assim, os cuidados de prevenção não devem ser esquecidos. Infectologistas afirmam que a imunização só é considerada completa de 14 a 20 dias após a pessoa tomar a segunda dose. Vale lembrar que, mesmo após as duas doses da vacina, ainda é possível ser transmissor do vírus, e, com o surgimento de novas variantes, os cuidados devem continuar. As recomendações para evitar a transmissão do vírus continuam valendo, como manter o distanciamento de pelo menos um metro e meio, evitar aglomerações e espaços mal ventilados, usar máscara e seguir com a constante higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%. Confira bate-papo com a biomédica, doutora em patologia humana e professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Tanira Matutino Bastos, sobre os cuidados que devem ser adotados no pós-vacina.
Ascom Sefaz: Após tomar a primeira dose da vacina, os cuidados precisam continuar sendo os mesmos de sempre, com o uso de máscara e distanciamento social?
Tanira Bastos: Sim! Existem diferentes plataformas tecnológicas que foram utilizadas no desenvolvimento das vacinas que estão disponíveis no mundo, e com isso pode variar a necessidade ou não de aplicação de duas doses de vacinas para que se tenha a eficácia esperada. Das vacinas em aplicação no Brasil, os estudos demonstram a necessidade de se realizar o ciclo completo de vacinação. Portanto, os cuidados quanto a usar máscara, manter distanciamento social, evitar aglomeração de pessoas, principalmente em ambientes fechados e com pouca renovação de ar, permanecem sendo recomendados. Além disso, é importante reforçar sobre a higienização das mãos, que contribui não só com a redução da transmissão do vírus (Sars-Cov-2) causador da COVID-19, assim como de outros patógenos.
Ascom Sefaz: Mesmo após tomar a segunda dose, os especialistas dizem que a pessoa ainda pode transmitir o vírus e contrair uma forma menos grave da doença. Com isso, vai ser necessário continuar com os cuidados até que a maioria da população esteja vacinada?
Tanira Bastos: Sim! Os estudos epidemiológicos sugerem que a imunidade de grupo seja alcançada quando a proteção atingir entre 60% e 80% da população. Mais recentemente, foi realizado um estudo em Serrana, São Paulo, que demonstrou redução significativa do número de casos sintomáticos da doença quando 75% da sua população estava vacinada com a Coronavac. Está, também, em andamento um outro estudo em Botucatu, desta vez com a Oxford. Esses estudos são importantes para que tenhamos conhecimento do efeito das vacinas que estão sendo aplicadas na população brasileira, considerando-se também as variantes do vírus que circulam de forma predominante no país. Portanto, as recomendações de higienização constante das mãos, distanciamento social e uso de máscaras serão necessárias mesmo após o ciclo completo de vacinação de duas doses, para as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil.
Ascom Sefaz: Em média, quanto tempo após a segunda dose o indivíduo é considerado imunizado contra o coronavírus?
Tanira Bastos: Esse período pode variar a depender da plataforma tecnológica utilizada na produção da vacina. Mas, em média, a imunização esperada é atingida após 14 dias da aplicação da segunda dose. É bom lembrar que, quando falamos em imunização, isso não significa necessariamente que o indivíduo não venha a se infectar. Porém, espera-se que, com a vacina, haja menor gravidade da doença, com menor necessidade de hospitalização e menor risco de óbito. Um outro ponto a ser reforçado é que a eficácia das vacinas não é de 100%, portanto, mesmo aqueles com esquema completo de vacinação podem vir a evoluir clinicamente com quadros graves da doença.
Ascom Sefaz: Temos visto surgir diferentes cepas e variantes do vírus, para as quais ainda não se sabe se as vacinas são eficazes. Quais os cuidados que os vacinados precisam continuar adotando?
Tanira Bastos: É natural que surjam novas variantes, facilitadas pela característica genética de vírus de RNA. Algumas mutações podem trazer vantagens evolutivas para os vírus e outras não. Aquelas que trazem vantagens serão bem adaptadas ao ambientes mais rapidamente, levando a sua rápida disseminação. Apesar destas variantes apresentarem maior capacidade de transmissão, a forma como são transmitidas são as mesmas. Sendo assim, devemos seguir com os mesmos cuidados quanto ao uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social.
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