|
Entenda os sintomas da enxaqueca e saiba quais são os tratamentos
A pior de todas as dores de cabeça é a enxaqueca, uma doença provocada por um distúrbio neurovascular crônico, com crises de dor latejante, quase sempre de apenas um lado da cabeça, acompanhada por náusea, tontura, vômito, sensibilidade à luz, cheiro e barulho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população brasileira tem os sintomas, que não escolhem idade, podendo atingir crianças, jovens e adultos.
Esse tipo de dor de cabeça tem predisposição genética, ou seja, a tendência a desenvolver enxaqueca passa de pai para filho, mas as crises podem não aparecer, a depender do estilo de vida de cada um. A enxaqueca pode causar, ainda, variação de humor, falta de energia, desconcentração no trabalho e nas atividades familiares.
A estudante de Direito Daiana Amorim, 23 anos, sofre com a enxaqueca desde os três anos de idade e conta que, com o passar do tempo, as dores foram se tornando mais frequentes. “Procurei o médico quando adolescente e desde então faço tratamento medicamentoso e alterei alguns hábitos”, disse a estudante. “Quando tenho crise, preciso sair do ‘mundo real’ e me isolar como se eu estivesse numa caverna, em um lugar calmo e escuro. A dor é insuportável, a cabeça pesa toneladas, os olhos parece que vão explodir e executar ações do dia a dia, como trabalhar, estudar, interagir, se torna impossível”, explicou Daiana.
Tratamento
A enxaqueca crônica deve ser tratada diariamente com medicações preventivas, as quais, com o passar do tempo, evitam que as dores sejam frequentes e intensas. Com o auxílio de um especialista, o tratamento preventivo vai ser indicado caso a caso, após avaliação detalhada de cada paciente. Os neurologistas alertam que a automedicação é perigosa e deve ser evitada porque o organismo torna-se resistente aos analgésicos tomados indiscriminadamente. Por isso, caso o indivíduo tenha crises de dor de cabeça com frequência, deve procurar orientação médica.
“Com o passar dos anos, a automedicação que eu fazia em casa com dipirona já não fazia efeito”, afirmou a pedagoga Patrícia Caetano. “Depois de muito ter ido para emergências de hospitais por causa das fortes crises, o clínico me encaminhou para um neurologista quando fui diagnosticada, aos 18 anos, com enxaqueca crônica e desde então iniciei o tratamento correto. Hoje, a dor só aparece de vez em quando”, contou.
Novas práticas
Pessoas que convivem com o quadro da enxaqueca crônica têm de aprender a lidar com a doença também a partir da adoção de novos hábitos. Além do tratamento medicamentoso, o paciente também pode optar por métodos alternativos como a acupuntura, orientações de rotina e a prática regular de exercícios físicos. Segundo a OMS, quem já tem predisposição para enxaqueca deve evitar alguns alimentos como ovos, chocolates, frutas ácidas, trigo, amendoim, tomate, cebola, entre outros. Os exercícios físicos ajudam a evitar as crises porque fazem com que o organismo libere endorfina e serotonina, substâncias que trazem bem-estar e auxiliam no combate à dor. Mas exercitar-se durante uma crise de enxaqueca não é recomendado pelos médicos.
“Além de evitar alguns alimentos, procuro comer a cada três horas e evito ficar exposta muito tempo ao sol para não passar mal”, conta a estudante Daiana. A pedagoga Patrícia Caetano também aprendeu a lidar com a dor após o tratamento. “Evito perder noites de sono, consumir excessivamente bebidas alcoólicas e chocolate, e tento controlar as emoções, já que o emocional também interfere nas minhas crises”, explicou.
Bem-estar
O tratamento preventivo com medicamento combinado com a adoção de hábitos saudáveis ajuda a equilibrar o disparo excessivo dos neurônios do sistema de dor, ocasionado pela enxaqueca, combatendo a doença e melhorando a qualidade de vida de quem sofre com ela. “A enxaqueca atrapalhava meu relacionamento com as pessoas. Eu deixava de ir a eventos sociais, ficava mal-humorada e irritada facilmente”, disse Daiana. “O tratamento e a ajuda de um especialista melhorou meu humor, meu relacionamento com amigos e familiares e o meu rendimento nos estudos e no estágio. Eu tinha, em média, fortes dores de cabeça três vezes por semana, mas hoje, após o tratamento, eu sinto uma vez no mês uma dor mais moderada”, conta, aliviada.
Outras dores de cabeça
O cansaço e o estresse emocional podem levar uma pessoa a desenvolver a dor de cabeça comum, chamada cefaléia tensional, aquela que se apresenta como uma dor leve a moderada e acontece quando há uma sensação de peso na cabeça inteira e é mais comum no fim da tarde.
De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Cefaléia, 95% da população apresentará uma dor de cabeça ao longo de sua vida e cerca de 70% das mulheres e 50% dos homens têm pelo menos um episódio de cefaléia ao mês. Um total de 13 milhões de brasileiros sentem dor de cabeça pelo menos 15 dias por mês, o que chama-se de cefaléia crônica diária, um número alarmante e maior que o encontrado em outros países, como os Estados Unidos, por exemplo. Geralmente, a cefaléia se torna crônica quando se inicia com dores menos freqüentes, consideradas “normais", e, com o aumento das crises e o uso excessivo de analgésicos, se transforma em uma cefaléia quase diária.
Fontes:
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Programa “Bem-estar”, da Rede Globo
Eu curto a Sefaz! Facebook: facebook.com/sefaz.govba
Twitter: twitter.com/sefazba
|
|