Mães fazendárias contam como superar a saída dos filhos de casa
O sofrimento relacionado à perda do papel dos pais devido à saída dos filhos de casa é chamado por especialistas de ‘síndrome do ninho vazio’, e pode gerar sintomas de depressão, dependência e desestruturação familiar. Embora já seja certo que a separação entre pais e filhos irá ocorrer, ninguém está preparado de fato para ela.
Os especialistas orientam que, neste novo momento da vida, a mulher deve aproveitar para investir mais em si mesma e fazer coisas que sempre teve vontade de fazer e não o fez por falta de tempo ou por dar prioridade às questões dos filhos como educação, saúde e até mesmo lazer. É importante preencher os dias com atividades, novos projetos, trabalhos, cursos, sair com os amigos etc.
De acordo com o psicólogo Ailton Araújo, a aceitação da saída dos filhos de casa vem com o tempo, com a adoção de novos hábitos e a reestruturação familiar. “Apesar de essa fase da síndrome do ninho vazio vir acompanhada de sintomas depressivos, ela é algo pontual e que uma hora vai passar, a menos que essa mãe tenha desenvolvido, nesse período, uma depressão profunda”, disse.
Ainda segundo o psicólogo, mesmo que as mães fiquem tristes, nem todas chegam a desenvolver a síndrome do ninho vazio. “Há mães que sentem mais as consequências dessa distância do que outras. O contexto cultural em que essa mãe foi educada deve ser levado em conta na avaliação, porque ela provavelmente vai ter um afeto superestimado com os filhos a ponto de investir muito mais neles e esquecer de olhar para si mesma”, explicou.
Mães fazendárias
Irene Ramos de Azevedo Brito – Coordenação de Cobrança da DAT/Norte
A servidora Irene passou por essa fase de sofrimento quando sua filha de 14 anos resolveu se mudar de Feira de Santana para Salvador, onde foi morar sozinha para estudar. “Desenvolvi um quadro de estresse, em que meu cabelo chegou a cair, perdi peso, não conseguia dormir e me preocupava excessivamente de ela não saber se cuidar sozinha. Aqui em casa minha filha sempre teve tudo na mão porque nós, mães, muitas vezes pecamos pelo excesso e protegemos demais nossos filhos”, confessou.
Segundo ela, com o tempo, as coisas foram se acalmando. “Percebi que estava na hora de olhar mais para o meu interior e passei a cuidar de mim; fiz um curso de análise bioenergética e aprendi a respirar corretamente, melhorei a alimentação e também comecei a praticar exercícios físicos”, contou.
Eliete Teles de Jesus Souza - Gerência de Consultas e Orientação Tributária (Gecot)
Eliete conta que foi difícil lidar com a saída de seus quatro filhos de casa. “A cada filho que sai, enfrentamos (os pais) perdas e, consequentemente, sentimos dores. Quando meu filho mais velho, o primeiro a sair de casa, casou e se mudou para outro estado, vi nossas relações do dia a dia se rompendo de repente. Precisei ressignificar minha vida, mas na época não tinha consciência do que estava acontecendo e a tristeza era uma dor não identificada”, disse Eliete. “Encontrei meu conforto na fé em Deus e no meu trabalho, que sempre significou muito para mim e, nesse momento, mergulhei nele com afinco; fiz cursos fora da área de trabalho, como o de Terapia Transpessoal, para entender a dinâmica da vida e o que aconteceu comigo”, revelou.
Veja algumas dicas que podem ajudar as mães a superar a síndrome do ninho vazio:
- Faça uma lista de todas aquelas atividades que você gosta e se prepare para começar a fazê-las;
- Pratique exercício físico que, além de ser bom para a saúde, ajuda a relaxar;
- Busque um cuidado pessoal adequado já que você tem mais tempo para isso. É importante que você volte a adotar o papel de mulher, além do de mãe.
- Estimule a independência de seus filhos, pois é importante para eles saber que podem contar com o seu apoio nesta nova fase. Evite invadir a nova casa de seus filhos ou a sua vida com visitas ou telefonemas contínuos. Você deve deixá-los crescer, acompanhá-los e desfrutar com eles esta nova etapa da vida;
- Adote um animal de estimação. Se você não tem um marido ou namorado com quem compartilhar este momento e sente que a casa está vazia sem seus filhos, pode adotar um animal de estimação, e ele será uma grande companhia.
- Melhore a relação com seu filho. À medida que passa o tempo, a relação com seu filho mudará positivamente e a maturidade de ambos fomentará outro tipo de comunicação mais frutífera.
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